sábado, 18 de julho de 2009

[Na boca do Lobo #2]

Querido diário,

Cheguei a casa com ainda mais vontade de sexo do que quando saí. Ali estava ele, igual como se os anos não lhe tivessem passado pela pele. Quando o vi, senti que as pernas me tremiam, e senti percorrer-me pelo corpo um desejo enorme de arrebatá-lo ali mesmo. Mas havia que tactear com mestria as hostes. Conversa de circunstância. Anos para pôr em dia. Um café à beira mar. Cerveja para mim e para ele. Se ele imaginasse que a cerveja em mim, tem o efeito de me soltar de forma que eu mal sei controlar talvez não tivesse sugerido a bebida. Ou talvez tivesse sugerido uma mais forte.
Conversa para cá e para lá, e o assunto tocou em sexo. Claro que tive de ser sincera. Claro que tive de lhe dizer que me sinto carente. Claro que para ele que não deve nada a ninguém, ouvir tais palavras é como que música para qualquer ouvido. E eu ouvia-o e tentava disfarçar a vontade de percorrer com as mãos o corpo dele. Tentava esconder que me apetecia mexer-lhe no pau e descobrir se continuava tão grande e duro como sempre fora.
Não sei bem como foi que as coisas se processaram depois. Sei que ao entrar no carro ele sucumbiu à vontade de me beijar e eu deixei que a minha língua se enrolasse com a dele. Uma das vantagens de beijar um ex é que o sabor é sempre o mesmo e sabemos por que motivo as nossas bocas se encaixavam tão bem naquela altura. E as mãos dele a apertarem-me as mamas... Que arrepio! Que vontade de faze-lo entrar dentro de mim naquele mesmo instante...
Controlei-me. Não por problemas de consciência. Tentei não pensar que tenho obrigações de fidelidade, porque sei que também tenho a obrigação de me sentir satisfeita. E ele... ele satisfaz-me e de que maneira. Controlei-me sim, porque não lhe vou dar tudo de uma só vez. Quero que ele saiba do que sou capaz hoje em dia. Que os anos me libertaram e que a vontade de sexo que me assalta todos os dias é maior do que o mundo.
Cheguei a casa com a sensação de que me soube a pouco, sim. Mas com a sensação de que não pode ficar por aqui e que... quando acontecer outra vez, será... brutal!

Agora não consigo deixar de pensar que tenho de me vir. Imaginá-lo dentro de mim, imaginar-me com a língua em cada centimetro da sua pele, imaginar aquele pau gigante dentro da minha boca. Tenho que me vir. E a pensar nele.

A tua,
Miss Shining

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